O GUARDIÃO E A FÉ PERDIDA
- Celia Caruso
- 10 de set.
- 10 min de leitura
Havia num vilarejo distante, uma feiticeira que vivia sozinha, porque as pessoas sentiam muito medo dela. Ela tentava interagir com as pessoas, mas não conseguia. Um dia, por algum motivo até então desconhecido, as crianças daquele vilarejo começaram a morrer.
Todos ficaram muito assustados!
Sem ter a quem recorrer, foram procurá-la pedindo ajuda. Ela como era uma pessoa "do bem", tentou ajudá-los. Mas logo descobriu que se tratava de um demônio terrível, que queria acabar com as crianças e principalmente com o ânimo daquelas pessoas, destruindo assim o vilarejo.
Prometeu ajudá-los sim, mas percebeu que também precisaria ser ajudada, pois o "trabalho" era muito forte e ela não conseguiria fazê-lo sozinha!
Procurou um homem que morava lá perto e que as pessoas recorriam quando precisavam de algum conselho. Como ela não conhecia mais ninguém, resolveu confiar nele.
Pediu que a ajudasse, contando a ele tudo o que havia descoberto sobre aquele horrível inimigo, explicando quão poderoso ele era e que, sozinha ela sabia que não poderia vencê-lo. Ele aceitou e tramaram um plano eficaz, pois para um demônio daquele porte, só assim conseguiriam. Podemos citar alguns exemplos de Jesus que curava as pessoas tirando demônios, isso podemos ver na Bíblia muitas vezes narrado pelos apóstolos: em Mateus 8:28 34 um homem dominado por demônios se aproxima dele dizendo: “- O que queres de mim, Senhor?” Porque Jesus já havia ordenado que aqueles demônios deixassem aquele corpo. E Jesus responde: “- Como se chama?”
“- Multidão é meu nome, porque muitos habitam em mim. Mas não nos mande para o abismo”.
Jesus viu muitos porcos comendo ali. Mandou que esses demônios entrassem naqueles porcos e esses se jogaram num lago próximo e todos se afogaram. Aí o homem louco que vivia acorrentado, ficou curado e saiu para contar a todos o que lhe havia acontecido.
Em Mateus 12. 22.32 Jesus estava expulsando de certo homem, um demônio que não o deixava falar, e quando este foi expulso, ele começou a falar. Uns se admiraram e outros o acusaram de ser Belzebu, chefe dos demônios que lhe dava esse poder. Mas Jesus responde: “- É pelo poder de Deus que eu expulso demônios” E Ele continua: “- Quando um espírito mau sai de alguém, procura um lugar para se alojar, mas não achando volta para o mesmo corpo. Só que ele encontra agora, uma casa vazia e limpa, e vai a procura de outros para convidar a entrarem também. Aquela pessoa fica pior do que estava antes.” Então, não abram suas portas para nenhum demônio entrar, mantenham-se em elevação e com o coração puro.”
Mestre Ravi nos explica com mais clareza o que aconteceu no exorcismo do “Multidão”.
O Encantamento nos Porcos
Livro 4 da Teoria da Razão-Jornada Crística -
Neste episódio, destaca-se a quebra de todas as barreiras dentro do Sistema representado pelo Príncipe e pelas cortes. O cenário tornou-se caótico porque aquele que deveria guardar a ordem estava fraco, perdido, um desertor e covarde. Contudo, como sempre se afirma, basta um único elemento dentro do Sistema para salvar a todos. Assim, houve um grito, mas não foi o demônio clamando, foi o próprio Rei ou qualquer Consciência que reconheceu a autoridade de Jesus e clamou por ajuda.
Não é suficiente apenas viver e ter clareza sobre o estado do seu próprio Sistema ou das suas práticas destrutivas. Muitos reconhecem suas falhas, como um vício ou desvirtude, mas permanecem conformados. O homem que habitava entre os mortos sabia o que carregava dentro de si. Ele estava tomado por uma multidão de espíritos, mas também sabia dessa realidade, assim como muitos reconhecem o peso que carregam. Porém, quando este homem se viu diante de uma autoridade espiritual superior, reconheceu-a e, com sinceridade, clamou por libertação.
Essa passagem evidencia um momento de desespero, onde o verdadeiro espírito de bondade e equilíbrio reconhece a autoridade de um espírito maior e pede socorro. Reconhecer Jesus é importante, mas também é necessário crer n’Ele. É na medida em que se crê que se entrega, sabendo que tudo o que acontece faz parte do processo de libertação. Não adianta participar de cultos ou práticas espirituais sem um verdadeiro reconhecimento e entrega.
A posse desse homem por muitos espíritos nos leva a refletir sobre como ocorre a possessão em um sistema espiritual. Muitas vezes, o lado bom de alguém é explorado de forma equivocada. A pessoa se considera sábia, bondosa e especial, o que, em essência, não é mentira. De fato, há virtudes em cada indivíduo, mas a Rainha, sentada no trono de controle interno, pode manipular essa ideia, replicando um discurso enganoso. Ela reforça continuamente que o sistema é maior e mais perfeito do que realmente é. Contudo, os atos não condizem com os princípios do Rei, e o pensamento incessante cria uma ilusão que cega a verdade.
É necessário começar a questionar todas as certezas, especialmente aquelas que alimentam ilusões, para que o que não presta seja substituído e descartado, como os espíritos que foram enviados aos porcos. Essa comparação ilustra o estado deprimente que existia dentro daquele homem e que pode existir dentro de qualquer um. É um engano sutil, mantido por uma repetição constante de pensamentos ilusórios, uma ladainha interna que insiste em convencer de uma bondade plena e inabalável.
Esses pensamentos, que não dão trégua, criam uma autoimagem falsa, reforçando a ideia de que se é completamente bom, justo e cheio de virtudes. No entanto, essa bondade declarada pode não se traduzir em ações verdadeiras. Reconhecer essa discrepância é necessário para libertar-se da cegueira causada por essa falsa narrativa, permitindo que a transformação verdadeira aconteça.
A autocrítica é muito importante. Criticar os outros é uma forma de fuga. A verdadeira busca é interna, vasculhar a si mesmo e confrontar o que precisa ser transformado. O caçador de si mesmo tem mais chance de criar um Sistema espiritual sólido, baseado na lei do amor, da fé e da ação. Mesmo quando tomado por forças negativas, quem reconhece o espírito bom pode pedir socorro e encontrar ajuda, como ocorreu na passagem.
Já aqueles que, diante do milagre, rejeitaram Jesus e pediram que Ele se retirasse, representam uma sociedade crítica e temerosa, incapaz de realizar sequer uma fração do que Ele fazia. A mensagem é clara: reconhecer a autoridade do Rei, crer n’Ele e permitir que Sua luz lhe transforme é o caminho para a verdadeira libertação.
Continuando nosso conto: marcaram o dia do encontro para afastar o demônio. Todos os preparativos feitos e com a cooperação da população, encontraram-se na praia sob a luz da lua. Perfeita para o que eles precisavam! Para que eles vencessem!
Mas quando é chegada a hora, estavam já todos prontos, tudo organizado para acabar com o Mal, esse homem, o guardião do nosso conto, percebendo a força daquele trevoso, foge amedrontado, deixando-os à mercê do demônio e de suas maldades, que acabou matando a todos, homens, crianças e a feiticeira também!
Hoje surge um novo guardião, também perdido, pois como vocês já viram no conto anterior, que fala da Lei da Ancestralidade e de receber, através do DNA algum trauma, e também algum dom de seus ancestrais, esse novo guardião procura sua razão de ser, sua fé, sua capacidade de servir. Procura seu lugar ao sol, pois, por causa de seu ancestral não ter tido a coragem de ficar e lutar contra aquele demônio em prol de um bem maior, hoje, esse novo guardião, luta com seus próprios demônios, sem fé em si mesmo, e sem um propósito na vida.
Num outro exemplo bíblico podemos ver: em Mateus 14:25
“Já de madrugada, Jesus foi até seus discípulos que estavam num barco em alto mar à sua espera, andando por cima da água.”
Mateus 14:26 “Quando os discípulos viram Jesus andando por cima da água, ficaram apavorados e exclamaram: —" Éum fantasma!” E gritaram de medo.
Mateus 14:27 “Nesse instante Jesus disse: —" Coragem! Sou eu! Não tenham medo!”
Mateus 14:28 “Então Pedro disse: — Se é o Senhor mesmo, mande que eu vá andando em cima da água até onde o senhor está.”
Mateus 14:29 “— Venha! — respondeu Jesus. Pedro saiu do barco e começou a andar por cima da água, em direção a Jesus.”
Mateus14:30 - “Porém, quando sentiu a força do vento, ficou com medo e começou a afundar. Então gritou: — Socorro, Senhor!”
Mateus 14:31 “Imediatamente Jesus estendeu a mão, segurou Pedro e disse: —" Como é pequena a sua fé! Por que você duvidou?”
Mateus 14:32 “Então os dois subiram no barco, e o vento se acalmou.
Mateus 14:33 “E os discípulos adoraram Jesus, dizendo: — De fato, o senhor é o Filho de Deus!”
O Príncipe Guardião de Pedro acordou em si mesmo o medo, consequentemente a dúvida e a falta de fé. Provavelmente Jesus quis testá-lo e comprovou que Pedro ainda não havia vencido suas dúvidas. Por isso disse:”- Como é pequena a sua fé.”
Assim como Pedro vacilou, duvidou de si mesmo e por isso afundou, o nosso guardião também não teve fé em si e fugiu apavorado, por se achar incapaz de resolver aquela situação.
Agora esse novo guardião, também perdido, precisa se auto conhecer e querer mudar. Para isso há uma ferramenta que nos ajuda muito nessa busca, que é a Teoria da Razão. Com ela entendemos porque fugimos de determinadas situações sem saber o porquê, o porque de sentirmos medo, o porque de usarmos máscaras para nos escondermos emocionalmente e fingir que está tudo bem. Enfim, podemos descobrir nossa verdade e trabalhar nela, para enfrentarmos nossos demônios internos e recuperar o que temos de melhor: a fé em nós mesmos e no Criador.
Já vimos no conto anterior, o que é multiplicidade, que somos um Sistema múltiplo com muitas consciências. Existe uma hierarquia sistêmica onde o Rei é o administrador e é ele que conhece nosso projeto de vida, nossas desvirtudes e nossa capacidade de superá-las. A Rainha é a comandante sistêmica e ela pode ou não seguir as orientações do Rei. Se não as seguir, pode cair em erros e se perder. E ela está sempre sendo observada pelo Banco do Povo, que são as demais consciências do Sistema que estão para aprender com as ações da Rainha, podendo ou não concordar com elas.
O Príncipe é quem guarda nosso Sistema, vamos aproveitar e saber mais um pouco das características dele, as que ainda não vimos no conto anterior, sobre esse guardião sistêmico?
Então, ele é o pilar central da proteção do Sistema, carregando a responsabilidade de manter a segurança tanto dentro quanto fora de seu complexo. Internamente, sua missão é garantir que todas as Consciências ocupem e respeitem seus Tronos, preservando a ordem e o equilíbrio estabelecido. Externamente, ele atua como um verdadeiro guardião, sempre atento a possíveis ameaças e preparado para defender o Sistema contra invasores.
Além de sua função como guardião, o Príncipe possui a autoridade de agir imediatamente em situações críticas. Quando o perigo se aproxima ou a segurança do Sistema requer uma resposta urgente, é ele quem toma as rédeas. Seu comando permanece ativo até que a ameaça seja contida ou o equilíbrio necessário seja restabelecido.
Desenvolvimento e Responsabilidades da Consciência no Trono do Príncipe
O Príncipe tem um papel cheio de desafios: superar suas próprias falhas e transformar intenções em ações reais. Sua jornada é semelhante à da Rainha; assim como ela, ao conquistar o domínio sobre um defeito, O registro de Dominação, ele eleva sua Consciência e a coloca na Corte do Rei.
Mas quem é o Príncipe? Ele tem um perfil bem marcante. Algumas características saltam aos olhos: não se preocupa muito com os outros, admira intensamente uma única pessoa, e, curiosamente, tende a se submeter demais. Ele pode ser meio rebelde na fé, adora uma boa batalha, e vive revirando o passado em busca daqueles momentos especiais que já se foram.
Apesar de carregar o título de "Príncipe", ele é movido pela busca de sedução, o que acaba o prendendo em uma espécie de escravidão escolhida.
E não para por aí: a guerra parece ser seu habitat natural. Ele está sempre em posição de defesa, pronto para argumentar ou confrontar. Para o Príncipe, suas interpretações são as únicas corretas, e qualquer contrariedade vira um convite ao conflito. Mudanças? Nem pensar! Para ele, mudar é quase como destruir quem ele é um risco que ele não está disposto a correr.
O Príncipe e Sua Jornada Entre Memórias e Evolução
O Príncipe organiza sua vida como se fosse um álbum de momentos felizes. Ele tenta recriar cada detalhe dessas memórias: os mesmos sons, sabores, aromas... um roteiro cuidadosamente elaborado. Mas, quando algo foge desse script, ele perde o equilíbrio, porque sonha com um controle absoluto: uma repetição exata do passado.
Acontece que a vida tem outros planos. Enquanto tudo à sua volta flui e se transforma, o Príncipe permanece parado, preso em suas lembranças. No ritmo natural da evolução, onde o velho abre espaço para o novo, ele insiste em um ciclo eterno de reconstrução do que já foi.
Missões Fundamentais do Trono do Príncipe
a) Autoconhecimento e autenticidade
A primeira missão do Príncipe é descobrir quem ele realmente é. Sua Consciência precisa reconhecer sua singularidade, entender sua própria essência e aprender a se preservar. É fácil proteger templos ou causas; o verdadeiro desafio é guardar a si mesmo.
b) Busca e consolidação da fé
Depois de se conhecer, a Consciência precisa encontrar sua fé. Não adianta começar por aqui, porque isso levaria à ideia equivocada de que o Criador deve proteger o Príncipe o tempo todo. A fé é para guiar, não para evitar responsabilidades.
c) Defesa de valores sistêmicos
Somente depois de se proteger e consolidar sua fé, o Príncipe estará pronto para defender seus valores e os do Sistema ao qual pertence. Ele deve atuar com integridade, evitando que a Rainha firme alianças inadequadas ou incorpore Consciências externas sem o devido cuidado. A proteção do sistema começa por ele.
d) Alcance da maturidade
Um grande desafio para o Príncipe é crescer e deixar de lado comportamentos infantis. Isso significa se desapegar do passado e evitar o saudosismo que o prende às lembranças. A vida acontece no presente, sem roteiros prontos ou fantasias. A ação pertence à Rainha; se o Príncipe está agindo, é porque tomou um lugar que não é seu.
e) Submissão à evolução
Por fim, o Príncipe deve aceitar o fluxo natural da evolução. Isso significa corrigir suas falhas e se abrir para a transformação. Quando todas as missões anteriores forem cumpridas, ele poderá buscar o “reparo” e a oficina interna onde remodelará sua Consciência para se alinhar aos princípios da evolução.
A Síndrome do Príncipe
A chamada "Síndrome do Príncipe" surge como uma espécie de paralisia frente à necessidade de agir. Quando o Príncipe ainda não alcançou maturidade ou as habilidades exigidas e, mesmo assim, é empurrado para agir antes do tempo, seja por falhas da Rainha ou por assumir o Trono do Fazer sem preparo, ele enfrenta um dilema existencial. Sem muitas opções, ele recorre a pactos, entregando o Banco do Povo o papel de verdadeiros gestores do Sistema.
Apesar disso, mesmo em meio ao caos, a Consciência legítima, a Rainha, permanece viva. Embora enfraquecida, ela guarda o poder de reivindicar o fim dessa "dinastia disfuncional". O resultado, entretanto, é um Sistema em desordem, liderado por um Príncipe que compromete a harmonia da governança ao derrubar a Rainha por meio de um Golpe.
Bem há muitas coisas a serem vistas pela TEORIA DA RAZÃO.
Iremos vendo aos poucos, pois apenas demos uma leve pincelada nesse vasto mundo do autoconhecimento.
Então, novo guardião, agora com essa ferramenta de auto conhecimento em suas mãos, é só trabalhar. E assim Ele poderá direcioná-lo a encontrar sua fé perdida! E você não precisará carregar para sempre a culpa da tarefa confiada e não cumprida.





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