A Cigana e a Força da Lei de Causa e Efeito
- Celia Caruso
- 27 de mai.
- 7 min de leitura
Atualizado: 17 de jun.
Essa é a história de uma mulher que se casou com um homem sem conhecê-lo, escolhido por suas famílias, como era o costume da época. Crendo que um dia o amaria.
Mas com o passar do tempo, ela só se deparou com um homem bruto, que a humilhava e a maltratava por por qualquer motivo: desde a forma de tirar suas botas, até a maneira de se comportar diante das visitas. Nada o agradava. Um dia desesperada com aquela situação, resolve envenená-lo e fugir, para que não fosse pega e, provavelmente, morta.
Na fuga ela encontra uma caravana de ciganos e pede abrigo à uma senhora mais velha, a matriarca que, penalizada com sua situação, permite que fique, porém só até encontrar um lugar seguro. Passou a chamar-se Terélia. Ela já com as vestes de cigana e procurando conhecer as artes daquele povo, se destaca por ser uma bela oriental, mas sempre com humildade e respeito por quem a acolheu. Até que um dia ela encontra o amor e é verdadeiramente amada por um cigano, que a escolhe para ser sua esposa, dizendo ser ela o amor de sua vida.
Várias cartomantes e videntes foram chamadas, para saber se havia algum feitiço a ser quebrado, mas foram unanimes: é o destino.
Assim foi feito um lindo casamento, com 7 dias de festejo, como era o costume e estavam todos muito felizes. Porém, no segundo dia do festejo, os irmãos de seu falecido marido, sabendo do casamento de uma oriental, invadem a caravana e, como todos estavam em festa, e por isso despreparados, são pegos de surpresa, sendo muitos abatidos, inclusive o noivo, que mesmo ferido consegue colocar sua noiva num cavalo e fazê-la fugir. Diante da confusão eles não perceberam e ela partiu triste, perdendo seu amado.
Por que isso aconteceu comigo? Será que eu fiz alguma coisa errada para merecer aquele primeiro marido? E depois quando encontrei uma pessoa boa que me dava valor e me amava do jeito que sou, porque me foi tirado?
Então, aqui vem um dos ensinamentos da Teoria da Razão: as Leis Universais, no caso, de Causa e Efeito.
E O QUE SÃO LEIS UNIVERSAIS?
São diretrizes inexoráveis de conduta, que se aplicam, indiscriminadamente, a todos os seres, desde os habitantes dos vastos universos até os seres planetários, transcendendo espaço, tempo e era em que vivam, abrangendo todas as frequências, tanto as de nível material quanto as de nível abstrato, ou seja, tudo o que existe.
Embora a adesão a estas Leis Universais seja obrigatória em essência, o livre arbítrio foi concedido a todas as criaturas e permite que escolham segui-las ou não. Contudo, para aqueles que optam por estar sob sua influência, as Leis Universais se tornam fundamentais para a sua evolução.
E ONDE ENTRA NOSSA TERÉLIA NESSA LEI?
Lembram dos arquétipos que falamos em outro vídeo? E da “A Rainha”? Ela é a "gestora" do nosso Sistema interno, certo? É ela quem tem o papel de tomar as decisões, ora certas, ora erradas:
O QUE VAI ACONTECER ENTÃO SE A DECISÃO FOR ERRADA?
Na verdade, já aconteceu!
No momento em que ela decidiu envenenar seu marido, ela se submeteu a Lei de Causa e Efeito!
E QUAL FOI A LIÇÃO PARA ELA?
Compreender que existem muitas opções antes de tirar a vida de alguém. Agora, observe o exemplo de Jesus: tudo o que Ele fazia era com paciência, amor e compaixão. Mesmo quando ninguém acreditava nele, ele respondia com mais amor ainda. Terélia, por outro lado, não conseguiu seguir esse caminho.
Talvez ela precisasse antes pensar em como poderia ter abordado aquele marido: gritar, espernear, pedir ajuda e até mesmo fugir, mas nunca tirar a vida de outro ser. Compreender que o melhor, teria sido tentar se comunicar com ele antes de tomar qualquer outra atitude. E se não desse certo, como conta a história, fugir. Atualmente, poderia buscar terapia de casal, divorciar-se, qualquer outra coisa, mas não matar.
Jesus diz em Mateus 5-21 – 26
Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados:” não assassine, e quem assassinar, estará sujeito a julgamento.” Mas eu digo a vocês, qualquer que se irar contra seu irmão, estará sujeito a julgamento. Do mesmo modo, qualquer que chamar seu irmão de “tolo”, será levado ao tribunal. E qualquer que disser: “Insensato!”, corre o risco de ser lançado ao fogo do inferno.
Portanto, se você estiver apresentando a sua oferta diante do altar e se lembrar que o seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta e vá primeiro se reconciliar com seu irmão, depois volte e faça sua oferenda ao altar.
Também não demore a fazer um acordo com o adversário que pretende levar você ao tribunal. Faça isso enquanto estiver com ele no caminho, caso contrário ele poderá entrega-lo ao juiz, e o juiz ao guarda que o levará para a prisão. E em verdade vos digo que você não sairá de lá até pagar o último centavo.
Em Êxodo 20. 13 Moisés disse a seu povo: “-Deus falou e foi o que disse: Eu, o Senhor, sou o seu Deus. Eu os tirei do Egito, a terra onde vocês eram escravos. Agora vos dou os dez mandamentos. E um deles era “não matarás”.
Mestre Ravi nos explica no Livro 4 da Teoria da Razão– Jornada Crística – Sobre o ódio
O Mestre Ravi ressalta que existem dois tribunais: o material e o espiritual. "Matar é um ato material e será julgado pelos homens. Mas a ira, o ódio ou o desprezo são julgados espiritualmente." Qualquer ato material terá consequências diante dos homens, enquanto os atos de ira ou desprezo serão julgados no âmbito espiritual. Assim, tudo será avaliado, e algumas ações terão impacto tanto material quanto espiritual.
Ele explica sobre a justiça da morte e os julgamentos que ocorriam na época: "Quem matar será julgado." No entanto, Ele amplia esse entendimento ao comparar o ato físico de matar com o impacto espiritual. Jesus deixa claro que, ao alimentar a raiva contra o irmão, você também o está matando, não fisicamente, mas espiritualmente, todos os dias.
Importante advertir sobre a maledicência, pois, até palavras como "idiota" têm peso espiritual e levarão a julgamento. Ele diz que esse comportamento pode conduzir ao inferno espiritual. Quando alguém leva uma oferenda ao altar, Jesus ensina que apenas o sacrifício não é suficiente. "Se você não foi fazer as pazes ou resolver um conflito, o sacrifício se torna banal." Ele destaca que essa devoção ou rito está sendo feito de forma errada quando não se resolve o que é necessário antes.
Jesus, em Sua sabedoria, instrui: "Não mate, não sacrifique, mas volte e resolva." Ele enfatiza que reconciliar-se com o irmão é mais importante do que realizar o rito, mas sabia que não podia simplesmente dizer: "Não mate porque Deus não quer isso," sem contexto. Ele guia as pessoas com sabedoria, mostrando o caminho correto.
Ele também ensina sobre a importância de solucionar os conflitos diretamente. Quando você briga com um irmão e envolve um terceiro para decidir, ambos perdem a oportunidade de elevação espiritual que vem da reconciliação direta. Resolver com o irmão é um ato que aplica a verdadeira sabedoria e crescimento. Mas, ao delegar a outro — e se a decisão for injusta? —, surgem inúmeros motivos para que o ressentimento e a treva cresçam.
A verdadeira oferta são os nossos acertos. Quando alguém faz uma acusação contra você, Ele aconselha: "Entre em acordo enquanto é tempo." Isso significa que não sabemos como o juiz julgará nossa causa, então é sábio resolver os conflitos antes de serem levados adiante.
ALGUÉM AQUI IDENTIFICOU-SE COM NOSSA HISTÓRIA?
Pois é, como identificar sua capacidade interior, seus traumas, dificuldades de enfrentar situações desafiadoras, como a que Terélia enfrentou, sem se sujar, ou cair no desespero? Como transformar essa situação então? Uma transformação começa pelo autoconhecimento.
E é aqui que entra a Teoria da Razão, mostrando que somos muito mais do que corpo e emoções. Somos um sistema complexo com várias consciências coexistindo, como um time interno. Esse "time" segue uma hierarquia, liderada pelo Inconsciente Sistêmico.
HIERARQUIAS SISTÊMICAS NOS SERES HUMANOS
Vamos conversar sobre as hierarquias sistêmicas que existem dentro de nós, seres humanos. De acordo com a Teoria da Razão, carregamos duas grandes fontes de memórias: as herdadas dos nossos pais e as originárias, que vêm de vivências que antecedem a nossa chegada neste planeta.
Essas memórias estão gravadas no nosso DNA e ficam organizadas em núcleos que chamamos de Indivíduos, mas só enquanto não estão integrados em um Sistema humano. Quando essas memórias entram num Sistema, passam a ser chamadas de Consciências. E essas Consciências, ao se manifestarem, trazem com elas tanto as mentes e emoções conscientes quanto as inconscientes. Dentro desse contexto, são organizadas em arquétipos, que desempenham diferentes papéis no funcionamento interno de cada ser.
Esses arquétipos têm funções bem definidas e estão distribuídos de forma hierárquica. Vamos entender melhor quem são eles e o que fazem:
1º. “O Rei”: Localizado no centro energético coronal, o Rei é o Inconsciente Mental. Ele é o grande administrador do Sistema, aquele que sabe exatamente o propósito do ser. É como se ele tivesse nas mãos o “Livro da Vida” desse Sistema, com todas as diretrizes e caminhos a serem seguidos.
2º. “A Rainha”: Representa o Inconsciente Emocional e está no centro energético cardíaco. É ela quem executa as ações, colocando em prática as decisões e planos traçados pelo Rei.
3º. “O Príncipe”: Também é parte do Inconsciente Emocional, o Príncipe está no centro energético da nuca. Sua principal função é proteger, sendo o guardião das fronteiras internas e externas do Sistema.
4º. “As Consciências Sistêmicas”: Elas compõem o que chamamos de "Banco do Povo", localizado no pêndulo do cardíaco. Essas Consciências, que completam o grupo de 72 arquétipos no mínimo em um Sistema comum, atuam como observadoras. Elas aprendem com a Rainha, acompanham as suas ações e contribuem de maneira indireta para o funcionamento geral do Sistema.
Resumindo o funcionamento: cada arquétipo tem seu papel, e juntos eles formam um Sistema organizado e interconectado. O Rei planeja e direciona, a Rainha executa, o Príncipe protege, e as Consciências acompanham, aprendem e colaboram. É um equilíbrio dinâmico que reflete como somos internamente estruturados.
Essas hierarquias mostram que nosso funcionamento interno é muito mais complexo e rico do que percebemos no dia a dia. Entender esses arquétipos e suas funções é uma forma poderosa de compreender a nós mesmos e os padrões que nos movem.
Este conto, analisado à luz da Teoria da Razão, exemplifica como podemos reconhecer e transformar nosso Sistema interno para cumprir com nosso propósito evolutivo. O reconhecimento, a racionalidade do que precisa ser mudado e agir em direção a essa meta, traz a possibilidade de cura e avanço espiritual.
Moral da história
Tudo começa com a escolha de se conhecer, de se libertar e de agir com amor. Afinal, o verdadeiro presente é viver de forma plena e em harmonia com seu propósito.



Que texto gostoso de ler! É um grande e profundo ensinamento apresentado de forma clara e de fácil compreensão.
Celia esta historia é muito profunda e mostra com clareza a responsabilidade que todso tem sobre o bom ou mau uso do livre arbítrio. A Lei Universal de Causa e Efeito funciona como especie de fiscal do Livre Arbítrio...